Na primeira coletiva de imprensa como presidente eleito da Comissão Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na tarde desta terça-feira (21), dom Sérgio Rocha afirmou que o país vive uma crise ética na política e salientou que a Igreja Católica não pretende ser “controladora da sociedade”, mas contribuir no campo da justiça social.
“É claro que o problema da corrupção preocupa todos nós. Se não enfrentamos isso de maneira séria, não poderemos avançar no campo da justiça social. Precisamos então resgatar a ética na política, contribuindo para superar as situações de desonestidade, construímos uma sociedade mais justa e em paz, como Deus quer”, disse.
Segundo o novo presidente, a CNBB tem dado atenção especial às pastorais sociais, incentivando cada católico para que assuma seu papel como cidadão e cristão. A entidade ainda avança na busca de parcerias.
“A Igreja não tem pretensão de ser controladora da sociedade. Nós não podemos fazer isso sozinhos. A Igreja é servidora para transformar a sociedade e nisso a Igreja busca parcerias”, afirmou.
Dom Sérgio Rocha, de 55 anos, é arcebispo de Brasília e foi eleito nessa segunda-feira (20) novo presidente da CNBB durante a Assembleia dos Bispos que é realizada no Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo. Ele toma posse na sexta-feira (24).
Dom Murilo Krieger, vice-presidente eleito, e Dom Leonardo Steiner, secretário geral reeleito, também participaram do encontro com jornalistas. Krieger afirmou que a função da Igreja é ser uma “consciência crítica da sociedade”.
“Não controlamos o poder judiciário, legislativo e executivo, mas nós temos nosso povo que nos escuta e temos diante deles credibilidade. Podemos mostrar caminhos e chamar o erro de erro e a verdade de verdade, essa é nossa função. Para que depois os leigos tomem consciência e busquem respostas adequadas para cada situação”, afirmou.
Nesta semana, 450 bispos de todo país discutem temas ligados à Igreja Católica e a evangelização nos próximos anos durante o encontro em Aparecida (SP).