Jubileu Extraordinário da Misericórdia

A celebração de jubileus faz parte da tradição judaico-cristã.

Já no pentateuco encontramos essa orientação: a cada cinquenta anos um ano santo é dedicado à proclamação da libertação de todos os moradores da terra (cf. Lv 25, 8-17). É um tempo para anunciar a Boa-nova aos pobres, curar os quebrantados de coração e proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos (cf. Is 61, 1-8).

O Papa Francisco surpreendeu o mundo com a proclamação de um “JUBILEU EXTRAORDINÁRIO”, que se iniciará no próximo dia oito de dezembro, em Roma, e se concluirá no dia vinte de novembro de dois mil e dezesseis.

A Igreja Católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII em mil e trezentos. Ele planejou um jubileu por século. A partir de mil quatrocentos e setenta e cinco, para possibilitar que cada geração vivesse pelo menos um Ano Santo, o jubileu ordinário passou a acontecer a cada vinte e cinco anos. Um jubileu extraordinário, porém, pode ser realizado em ocasião de um acontecimento de particular importância.

Podemos nos perguntar: ‘que acontecimento de particular importância teremos no próximo ano, que justifique a proclamação de um Jubileu?’ Por um desejo do Santo Padre o Papa Francisco o próximo Jubileu não será em comemoração a um fato importante, mas será ocasião de celebrar e contemplar um atributo de Deus, a sua misericórdia (Cf. MV 2) , “para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai” (MV 3).
“Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese” (MV 1). “Em todas as circunstâncias, o que movia Jesus era apenas a misericórdia, com a qual lia no coração dos seus interlocutores e dava resposta às necessidades mais autênticas que tinham” (MV 8).

O Papa nos convida a viver este Ano Jubilar à luz do lema: “Misericordiosos como o Pai”, fundamentado na Palavra de Jesus: “Sede misericordiosos, como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36). É grande a insistência para que façamos a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais; de sair em direção aos afastados e machucados, de cuidar das feridas e aliviá-las com o óleo da consolação e enfaixá-las com a misericórdia. (cf. MV 15).

Um desejo expresso pelo Santo Padre é que no ano Santo todo o povo cristão reflita e coloque em prática as obras de misericórdia corporal (dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos) e espiritual (aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e falecidos). Será maneira de acordar nossa consciência muitas vezes adormecida, diz o Papa, e de entrar no coração do Evangelho, e perceber se vivemos ou não como discípulos de Jesus. (cf. MV 15).

Um grande sinal deste Jubileu será a “Porta Santa”, chamada também de “Porta da Misericórdia”. Esta Porta será manifestação fecunda do coração misericordioso do Pai, aberto para acolher a todos. Nesta Porta todos os que entrem poderão experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança (cf. MV 3).

“O Jubileu também inclui o referimento à indulgência. Esta, no Ano Santo da Misericórdia, adquire uma relevância particular. O perdão de Deus para os pecados não conhece limites” (MV 22). Somos chamados também a por novamente em evidência o Sacramento da Reconciliação, porque é nele que se pode tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia de Deus (Cf. MV 18).

Em nossa Arquidiocese teremos, no desejo de respondermos ao apelo do Papa e recebermos as graças que Deus, neste tempo favorável quer conceder-nos, teremos várias oportunidades de vivermos intensamente este Jubileu. Foi aprovado pelo nosso Clero, em comunhão com nosso Arcebispo e nosso Bispo Auxiliar, um calendário de atividades para todo o Ano Santo. Cada paróquia é também convidada a programar-se para viver o Jubileu.

Teremos duas “Portas Santas” ou “Portas da Misericórdia”. Uma estará no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e a outra na Igreja de Santo Antônio, no centro de Guaratinguetá.

Na Arquidiocese de Aparecida a celebração de abertura do Ano Santo e da “Porta da Misericórdia” será realizada no dia 13 de dezembro, às 8h, no Santuário Nacional, e às 18h na Igreja de Santo Antônio, em Guaratinguetá. Para essa última celebração, todas as paróquias foram convidadas a participar para que o início do Ano Santo seja marcado por um bonito testemunho de comunhão de nossa Igreja Local.

Essas “Portas Santas” serão metas de peregrinações das paróquias, pastorais e movimentos de nossa Arquidiocese. Cada fiel que passar por ela e, em estado de graça e rezando nas intenções do Papa, poderá receber a Indulgência Plenária. De igual modo, cada vez que praticarmos uma obra de misericórdia, seja corporal, seja espiritual, receberemos, no Ano Santo, a Indulgência.

Convidamos a todos que se envolvam e participem das atividades que ao longo deste Ano Santo serão ocasião para deixarmo-nos surpreender por Deus que nunca se cansa de escancarar a porta do seu coração e dizer que nos ama (cf. MV 25).

Pe. Renan Rangel dos Santos Pereira.

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